Governo e aliados querem priorizar votação de Reformas em 2018. Oposição é contra
Líderes da base governista vão priorizar reforma da
Previdência em 2018; oposição é contra
Partidos da base aliada ao governo Temer consideram a
proposta essencial para equilibrar as contas públicas; oposição alerta sobre
perda de direitos
A reforma da Previdência (PEC 287/16), cuja votação está
marcada para 19 de fevereiro, deve ser o principal tema em análise no Plenário
da Câmara dos Deputados em 2018. Essa é a opinião tanto de líderes de partidos
da base do governo, que defendem a medida como necessária para equilibrar as
contas do País; quanto os da oposição, que alertam sobre a retirada de direitos
e querem evitar a aprovação da proposta.
O líder do PMDB, deputado Baleia Rossi (SP), defendeu o
discurso do presidente Michel Temer de que a reforma é um projeto de Estado e
não de governo. “A verdade é que todos sabem que a reforma é necessária para o
País e alguns fazem politicagem com ela. Essa votação vai ser muito importante
para continuar o ajuste fiscal e mostrar a responsabilidade que se tem com as
contas públicas”, disse o deputado.
Na opinião do líder do PP, deputado Arthur Lira (AL), as
reformas são necessárias para o Brasil se adequar a uma realidade mundial. “O
Brasil não pode ficar à margem do mundo e da América Latina. O Congresso tem
responsabilidade nesta pauta e a nossa bancada estará firme e unida na luta
para conseguir diminuir essas distorções no ano de 2018”, declarou.
Já para o líder do PSB, deputado Júlio Delgado (MG), o
governo Temer não tem legitimidade para apresentar a reforma da Previdência e o
assunto deve ficar para o próximo governo a ser eleito em 2018. “A nossa tarefa
é continuar segurando e evitando que se vote uma reforma da Previdência que,
neste momento, fica comprometida”, disse.
Essa é a mesma opinião do líder do PDT, deputado Weverton
Rocha (MA). “Nosso projeto prioritário é enterrar de vez o debate da reforma
com o Temer”, afirmou. A líder do PCdoB, deputada Alice Portugal (BA), disse
que o partido também irá batalhar para impedir a votação do texto “cruel e
fiscalista, que retira o direito de aposentar” de parte da população.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Outro foco dos debates, de acordo com os líderes, é a
reforma tributária. Uma proposta em debate na Câmara, relatada pelo deputado
Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), busca simplificar e reduzir a regressividade do
sistema (mais tributação dos mais pobres e menos dos mais ricos).
Para o líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), a reforma
tem de mudar os impostos no Brasil. “Cobrando menos dos mais pobres e da classe
média e aumentando o imposto para os multimilionários que dominam o Brasil”,
declarou.
O líder do PPS, deputado Arnaldo Jordy (PA), disse que a
reforma tributária deve caminhar junto com um rearranjo do modelo federativo de
repartição de receitas entre União, estados e municípios. “Precisamos dessas
duas reformas para ajustar essa deformação do modelo federativo brasileiro que
sacrifica estados e municípios”, afirmou.
Segundo o líder do DEM, deputado Efraim Filho (PB), a
reforma tributária e a agenda econômica serão as prioridades do partido para o
ano que vem.
Na opinião do líder do Psol, deputado Glauber Braga (RJ),
para a questão tributária ser revista de forma “verdadeira”, é essencial se
regulamentar a tributação sobre grandes fortunas, como prevê a Constituição.
OUTROS DEBATES
Os líderes ainda apresentaram outras questões a serem
debatidas, como a revisão da reforma trabalhista (MP 808/17), a discussão de
propostas ligadas à pauta ambiental e a reversão da curva do desemprego no
País.
Um consenso entre os parlamentares é concentrar esforços na
agenda legislativa no primeiro semestre. Isso porque as eleições gerais em
outubro de 2018 devem esfriar o ritmo de votações na Casa, a partir de agosto.
Por: Agência Câmara Notícias
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