EMPREENDEDORISMO: Precisa começar um negócio próprio e tem pouca experiência? Veja 8 dicas
Desemprego leva muitas pessoas ao 'empreendedorismo por
necessidade'; especialistas aconselham deixar a frustração para trás e manter o
foco.
O trabalho por conta própria continua puxando a recuperação
do mercado de trabalho após a crise. Os dados divulgados nesta quinta-feira (30/11)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que muita
gente que não conseguiu se recolocar após perder um emprego com carteira
assinada está partindo para o “empreendedorismo por necessidade”.
Tocar um negócio próprio propõe muitos desafios, mas, quando
o empreendedor tem poucos recursos e nenhuma experiência, eles podem ser ainda
maiores.
Veja abaixo algumas dicas para quem está investindo no
próprio negócio pela primeira vez. As recomendações são de Fabrício Morini,
autor do livro “Faça Seu Negócio Decolar”, e Reginaldo Gonçalves coordenador do
curo de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina.
1. NÃO SE DEIXE ABALAR PELA FRUSTRAÇÃO
Ser demitido e não conseguir se recolocar no mercado de
trabalho é uma situação difícil para qualquer profissional, e é natural que as
pessoas se sintam mal em relação a isso. No entanto, se empreendedorismo é um
passo adiante, deve ser encarado exatamente dessa forma, deixando a frustração
para trás.
“Alimentar a frustração pode dificultar, trazer problemas”,
diz Gonçalves. “Se você começa um negócio como se fosse obrigado, ele não vai
para frente. Você tem que sonhar com algo diferente para que possa ser visto no
mercado e ter sucesso.”
“Se empreender fosse fácil, qualquer um faria. Mas empreender
é a atitude de continuar sempre em movimento”, complementa Morini.
2. NÃO DÊ UM PASSO MAIOR QUE A PERNA
Esse é um dos erros mais comuns entre os empresários de
primeira viagem, diz Morini. Uma pessoa que fizer um investimento maior do que
pode arcar sem ter certeza se as vendas terão sucesso pode se complicar.
Outro risco é se comprometer com uma dívida bancária para
empreender. “Empréstimo em banco é muito caro. A pessoa que já vai começar a
trabalhar para pagar os custos e o banco vai ter um problema de fluxo de caixa
em breve, pode acabar se complicando”, orienta o especialista.
3. EXPLORE AS ÁREAS EM QUE VOCÊ TEM MAIS FACILIDADE
Ter familiaridade com o produto ou serviço que está vendendo
é uma boa vantagem para o empreendedor, dizem os especialistas.
“O que aconselhamos é procurar aquilo com o que se tenha
tranquilidade para trabalhar, seja um produto ou serviço”, diz Gonçalves.
4. SAIBA PARA QUEM VOCÊ ESTÁ VENDENDO
O empreendedor precisa conhecer o público alvo para oferecer
o produto ou serviço que se encaixe em suas necessidades. Somente assim
conseguirá emplacar as vendas, ensinam os especialistas. “Faça uma avaliação de
mercado para ver onde está se enfiando”, recomenda Morini.
Isso porque, conhecendo os consumidores, o pequeno
empresário terá mais capacidade de oferecer algo que seja vendável e, ao mesmo
tempo, inovador. “O nosso mercado é saturado, e a gente acaba não vendo muita
novidade”, aponta Morini.
Uma vez decidido qual é o produto a ser vendido, o especialista
recomenda determinação. “É preciso ter disciplina para empreender, e foco. O
foco é ter uma ideia, executá-la e finalizá-la. Não adianta ficar ‘chocando’ as
coisas.”
5. BUSQUE CAPACITAÇÃO
Para aprender sobre gestão de negócios e administração, o
empreendedor tem várias alternativas de cursos, alguns são gratuitos. Para
isso, a internet é uma boa fonte de pesquisa.
“Basta ter interesse. O próprio Sebrae estimula o micro e
pequeno empresário a fazer isso”, recomenda Gonçalves.
6. PREPARE-SE PARA FICAR UM TEMPO SEM LUCRAR
Por mais que o empreendedor esteja abrindo o negócio por uma
“emergência”, é preciso saber que leva tempo até que ele se torne rentável. Por
isso, é preciso se preparar.
“O empreendedor tem que saber que ele vai operar um tempo no
vermelho”, alerta Morini.
"É preciso projetar as coisas: quando tempo vai operar
no vermelho? De quanto capital vai precisar?”, ensina.
Ele explica que a pessoa precisa saber todos os gastos que a
empresa vai ter e qual valor mínimo precisa vender para manter essas despesas.
Deve calcular também parcela de lucro para amortizar o investimento inicial que
ela fez, afirma Gonçalves.
7. NÃO MISTURE AS CONTAS PESSOAIS COM AS DA EMPRESA
“O maior desafio é saber controlar o dinheiro”, avisa
Gonçalves. “Muitos misturam a parte relacionada à pessoa física por sentirem
que continuam atuando como empregados.”
Para evitar que isso aconteça, o faturamento da empresa
precisa ser analisado tendo em vista seus custos fixos e variáveis. O que
sobrar dessa conta – ou seja, o lucro – que é a remuneração do empresário.
8. PENSE EM SE FORMALIZAR
Quando um empreendedor tem poucos recursos, é natural que o
negócio tenha início no mercado informal, sem abertura de empresa com CNPJ. No
entanto, a formalização é importante, aponta Gonçalves.
“O que orientamos é partir para um negócio pequeno, começar
a se formalizar através do MEI, por exemplo”, diz o especialista, apontando
que, formalizado, o empreendedor se mantém contribuindo com o INSS para
garantir o direito a aposentadoria.
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